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Mercado Imobiliário / Notícias

Com vitória de Bolsonaro, mercado imobiliário voltará inspirar confiança, acreditam especialistas

Por conta da forte crise econômica e principalmente das oscilações políticas que assolam o Brasil, o mercado imobiliário tem sofrido bastante. Em 2017, a área sentiu uma forte queda nas vendas e aluguéis de imóveis. Por conta do endividamento da classe C, as altas nos juros e a baixa oferta de crédito fez com que o ramo entrasse em crise. Mas especialistas dizem que nessas eleições entre Fernando Haddad do Partido dos Trabalhadores (PT) e Jair Bolsonaro do Partido Social Liberal (PSL), o candidato do PSL tem mais chances de reaquecer o setor imobiliário.

O medo do mercado imobiliário em relação às medidas de Haddad, é sobre a qualidade das ações dele. Por conta do PT sempre ter tomado medidas completamente populistas em seus mandatos, o setor recua por conta dessas ações. De acordo com Ronnie Sang, co-fundador do portal imobiliário Loopimóveis.com, os profissionais do ramo não veem a vitória de Haddad com bons olhos.

“O Haddad quer fazer uma reestruturação do mercado. Porém, o ramo do mercado imobiliário tem receio de quais serão essas mudanças que serão feitas pelo candidato”, diz Ronnie.

No caso de Bolsonaro, o mercado vê a vitória dele com bons olhos, já que o candidato possui um discurso reformista e com um nível de liberalismo que agrada aos empresários.

“A gente precisa desburocratizar os processos para que a gente consiga andar de maneira mais rápida”, conta Bruno Sindona, especialista em mercado imobiliário.

Fernando Haddad e Jair Bolsonaro se enfrentarão no segundo turno das eleições presidenciais. Reprodução Folha de São Paulo.

O otimismo, para Sindona, é uma das características principais que fazem o mercado se movimentar em qualquer ramo. Toda essa crise no país gerou um excesso de pessimismo em toda a área. Ele diz ainda que o que nós vimos em no passado recente era  “o mercado se movimentando apenas no caráter especulativo” e “pessoas e grupos comprando imóveis com valor de desconto alto para que pudessem ter um ganho futuro”.

Caixa Econômica e FGTS

Outro ponto importante que Sindona fala que precisa acontecer, é sobre o bom uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) pela Caixa Econômica Federal. O especialista conta que a instituição financeira precisa conseguir financiar toda a expansão que os profissionais da área imaginam para o mercado nos próximos meses e anos. Esperam também que o funding  –fonte de recursos utilizadas pelos bancos para poder pagar o financiamento oferecido aos seus clientes – do Fundo de Garantia seja empenhado apenas para este fim.

“A gente viu o uso indevido do FGTS no governo Temer. Não temos outro capital de baixo custo para moradia popular. É o único capital que a gente consegue financiar a taxa de juros mais baixa do que a Selic. Então o público precisa desse ‘benefício’ para comprar. E mesmo assim os juros não são tão baixos assim”, informou.

O mercado está se remodelando

Segundo Sindona, durante muito tempo grandes incorporadoras não entenderam o nicho do mercado brasileiro, que é feito por pessoas das classes B e C, e algumas dessas empresas até entraram em processo de falência porque não conseguiam alcançar muito público. Porém, hoje em dia, as incorporadoras estão se atualizando para conseguir suprir as necessidades do público brasileiro, mas dependendo das propostas do futuro Presidente da República, o cenário pode ou não mudar.

“É desse jeito que o mercado tem que reagir. Trabalhando para a base da pirâmide, para a população que precisa de moradia. As incorporadoras estão se remodelando para tender esse público. O que vai determinar é: vai ter dinheiro para essas pessoas? Vai ter otimismo para as pessoas comprarem? Essas são as duas variáveis que a gente precisa entender”, disse.

Sindona alertou também que, mesmo com o programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal, com a quantidade de desempregados no país, as pessoas seguram mais o dinheiro na hora de efetuar uma compra. Pouco se vê sobre esse assunto no plano econômico do Bolsonaro. Enquanto o Haddad já é mais contundente nisso.

“Sem estabilidade econômica, sem geração de empregos, não se tem otimismo. Quando essa percepção toma conta das pessoas, todo mundo fica com medo de perder o próprio emprego, com medo de perder renda, etc”, informou.

A economia e a política estáveis geram dois cenários importantes para todo e qualquer nicho: as pessoas terão dinheiro e estarão mais otimistas com o futuro.  Deste modo, os juros não voltarão a subir porque os bancos irão disponibilizar dinheiro para financiamento imobiliário e a população fica otimista.

Bruno fala também que o setor imobiliário é um dos ramos que conseguem desenvolver mais rápido o emprego. Afirma também que a área de imóveis é um dos fatores principais do início da retomada da economia do país.

“Seja no setor residencial, seja na infraestrutura, seja no shopping, seja em complexos industriais, precisa ser feito. Não existe expansão da indústria, nem das empresas sem a expansão do setor imobiliário. É ele que faz o espaço onde as pessoas vão trabalhar e se desenvolver”, diz com orgulho o especialista em mercado imobiliário.

O especialista encerra dizendo que acredita, sim, que com o candidato Jair Bolsonaro no poder, as pessoas ficarão mais otimistas em relação ao futuro.

“Quando esse otimismo voltar, as pessoas voltarão a empregar, os empreendedores voltarão a empreender e o mercado ficará muito mais consumidor.”