Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, listamos aqui algumas profissionais que conquistaram espaço no cenário nacional e internacional.
Gae Aulenti (1927-2012)
Intitulada pela Academia de Artes de Brera, como “A Dama da Arquitetura”, destacou-se nas áreas de arquitetura, design, cenografia, interiores, além de estudar edifícios históricos. Como designer, um dos primeiros projetos foi a cadeira Sgarsul, em 1962. Acumulou também diversas obras de museus, entre os quais o d’Orsay, de Paris; a Galeria de Arte Contemporânea, no Centro Pompidou, na mesma cidade; a restauração do Palácio Grassi, em Veneza e o Museu de Arte Asiática, em São Francisco. Aulenti também colaborou com renomadas empresas de design, como Artemide, Fontana Arte, iGuzzini, Knoll, Martinelli Luce e Zanotta.
Janete Costa (1932-2008)
A arquiteta e designer pernambucana projetou bibliotecas, edifícios públicos, galerias, hotéis, prédios corporativos e residenciais, teatros, museus, e muitas outras tipologias de edificações. O objetivo sempre foi fazer com que a arte e o artesanato popular, assim como a arquitetura e o design, expressassem a identidade brasileira. Em projetos de interiores desenhava praticamente tudo, desde a cadeira à luminária, a partir de materiais como a madeira, o metal, o vidro, o mármore e as fibras naturais. Foi consultora de interiores em restaurações de sítios históricos, como o Teatro de São Luís; o Palácio dos Leões; o Solar do Jambeiro e a Igreja São Lourenço dos Índios, em Niterói.
Kazuyo Sejima
Depois de passar pelo escritório do arquiteto Toyo Ito, em 1987, abriu o próprio estúdio em Tóquio e, em 1992, foi nomeada pelo Japan Institute of Architects a “Jovem Arquiteta do Ano” no Japão. Além de sua terra natal, possui projetos em países como Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Estados Unidos. São de autoria de Kazuyo o Prédio da Christian Dior, em Tóquio; o Pavilhão de Vidro do Museu de Arte de Toledo; o Novo Museu de Arte Contemporânea, em Nova York e o Serpentine Pavilion, em Londres. Também conquistou o Prêmio Pritzker, em 2010.
Lina Bo Bardi (1914-1992)
Pode ser considerada a frente de seu tempo, pois viveu em um período em que as mulheres ainda não tinham tantos direitos. Além disso, tinha um modo de projetar desprovido de formalidade, o que não era comum à época. Nascida em Roma, na Itália, mudou-se para o Brasil em 1946. Um ano depois criou o Museu de Arte de São Paulo (MASP), que se tornou um dos mais importantes da América Latina. Outra obra emblemática foi a Casa de Vidro – morada da arquiteta por 40 anos. O SESC Pompeia também surgiu como grande desafio, quando Bo Bardi teve de transformar as instalações de uma antiga fábrica em um espaço de promoção cultural.
Marion Mahony Griffin (1871-1961)
Foi uma das primeiras mulheres a receber o título de arquiteta, após estudos no Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Trabalhou por 14 anos no escritório de Frank Lloyd Wright. Porém, um dos destaques na carreira foi projetar a nova capital da Austrália –Camberra – junto com Walter Burley Griffin, seu marido.
Rosa Kliass
Pioneira no paisagismo brasileiro, a arquiteta recebeu vários prêmios nacionais e internacionais. Entre os projetos relevantes estão o Parque da Juventude; a reurbanização do Vale do Anhangabaú, junto com Jorge Wilheim; o Parque do Abaeté e o Parque de Esculturas do MAM-Bahia, em Salvador; o Parque Mangal das Garças e o Projeto Feliz Luzitânia, em Belém, entre muitos outros.
Tasila do Amaral (1886-1973)
Uma das maiores pintoras modernistas brasileiras, nos anos de 1920, em Paris – capital onde viveu por anos –, teve o privilégio de participar de toda efervescência cultural da época. De volta ao Brasil, a amiga Anita Malfatti a introduziu no Movimento Modernista. Suas telas sempre valorizaram o Brasil, a partir do uso de cores como amarelo, azul, rosa, entre outras. A obra mais conhecida de Tarsila é o Abaporu, que simbolizou um Movimento Antropofágico, capaz de deglutir e engolir a cultura europeia.
Tomie Ohtake (1913-2015)
A artista plástica tornou-se uma espécie de embaixatriz das artes e da cultura no Brasil. Natural do Japão, começou a pintar aos 40 anos e provou que talento não tem a ver com idade. Destacou-se não só na pintura, como também na gravura e escultura. De 2009 a 2010, as esculturas da artista chegaram aos jardins do Museu de Arte Contemporânea de Tóquio, no Japão. A extensa trajetória de Tomie inclui a participação em 20 Bienais Internacionais, sendo seis em São Paulo – uma das quais recebeu o Prêmio Itamaraty. Também esteve na Bienal de Veneza, de Tóquio, de Havana, de Cuenca, entre outras. Além disso, contabilizou mais de 120 exposições individuais.
Zaha Hadid (1950-2016)
A arquiteta iraquiana, radicada em Londres, ficou conhecida por obras inovadoras, com formas orgânicas; reverenciadas por uns, criticada por outros. Primeira mulher a vencer o Prêmio Pritzker, considerado o “Nobel da arquitetura” (2004), além de ter recebido o Medalha de Ouro do British Architects Gold Medal (2016). Entre os principais projetos estão o Vitra Fire Station, na Alemanha; Maxxi (Museo Nazionale delle arti del XXI secolo), primeiro museu de arte contemporânea de Roma; Centro Aquático de Londres, desenhado para os Jogoótis Olímpicos no Brasil; Guangzhou Opera House, na China; entre muitos outros. Zaha também desenhou uma linha exótica de sapatos femininos.